MANIFESTEJO BATENTE
Zangão de zangado e farto acumulado. De contas de cabeça e cargo amontoado. Fado-macaco contando trocados, para um vinho que seja; cheio, raso, largo. F-a-r-t-o. De estar farto de. A cada gota que transborde, exéquias e uma lástima. País-jangada recoberto de colinas prenhas minadas de ratos, puta de vida forca, miragens de tiro ao lado, palheiro n'agulha perdido a dias. E então é o caco do carro, a água do cano, o tabaco enrolado, o arroz engasgado, caros os tomates, isto aqui é um frasco. Farto, incho; trago. Vinho cheio meio a medo, papel d'uma face, massa d'arroz ao dente, fome de bobo e cara de bolo, sobejar era uma vez e o resto é arte de jantar repartido repetido de açorda de sobras de roupa velha.
Comprimido me sinto e a cada cabeça uma sentença
prescrita. De morte lenta ficar por aqui assim, não; cada filho que
brote comerá a passa que o Inimigo amassa. Este estado prescreveu,
passou o prazo, trespassa-se com gente dentro em enxerto europeu,
amamenta-se de mim. E então é a função púbica, créditos débitos fétidos
de pagamentes, contas a conta-gotas, prestações a tiracolo, filhos a
prazo, gente adiada, relações porquinho-mealheiro e frango-da-horta em
dias santos. Estou farto e cheio de estar farto de. Inspiro. Transpiro. O
Dantas já vive assalariado p'los Antípodas. Pau!