entrevista para Lisboando, 2011
























Há quantos anos vives em Lisboa, e o que fazes?
Faço 5 anos que estou em Lisboa no próximo dia 1 de Abril de 2011. Sou arquitecto de formação e ainda o pratico em regime freelancer. De resto escrevo para a revista online de cinema Take, para a revista de cinema HD, para a revista de tendências DIF, sou editor da Le Cool Lisboa, pertenço a um colectivo de artistas chamado Penélope, trabalho em regime de escritor e jornalista freelancer para vários outros projectos e colaboro nas Noites Porcelana, noite regular bimensal no bar Muv em Lisboa.
O que recomendarias a um amigo turista que viesse visitar Lisboa?
Dizia-lhe para deixar os guias turísticos de lado e perder-se pela manhã na Mouraria, de tarde pelo Castelo, de noite por Alfama e para terminar já de madrugada no Cais do Sodré. Para escutar fado num local improvável como o Fado na Rua das Pretas/Telhal ou no Jaime da Graça, para tomar o pequeno-almoço no Adamastor, almoçar no Cais do Ginjal, petiscar na Casa do Alentejo, jantar em Santos e, em fecho de noite, calar a barriga com comida fora-de-horas no Cais do Sodré.
Qual o lugar na cidade que os turistas perdem?
Jardim do Torel ou Senhora do Monte. O primeiro é um prazer bem escondido e foi recentemente embelezado com um café e o segundo é o que oferece a mais ampla visão – tirando a Torre de Menagem do Castelo – sobre Lisboa.
Melhor lugar para ouvir fados em Lisboa?
Grupo Excursionista Vai Tu na Bica. A cada Domingo durante quase todo o ano, petiscos portugueses e rodízio de fado, intercalando homem e mulher num corropio de 2 fados cada um, numa noite que pode reunir até 10 fadistas. É maravilhoso e o Bairro comparece em peso. Não só o fado é bom, como o ambiente é familiar.
Melhor lugar para comer?
Príncipe do Calhariz!
Bairros que para ti estão na vanguarda da cultura em Lisboa?
Na vanguarda do design continua a estar Santos, na vanguarda da noite de guia turístico continua o Bairro Alto, mas em ascensão está Alfama – Santa Apolónia para o período noite – fim de noite com uma sucessão de espaços novos. O mais recente é o Club Rubik, por exemplo. Também o Cais do Sodré se está a renovar numa rápida gentrificação.
Que evento anual dirias ser imperdível?
Eventos anuais imperdíveis serão sempre o Doc, o Indie, o Rock in Stock, o Queer, o Monstra, o Fimfa e o Fibda – sem distinção.
Há alguma cidade europeia que aches parecida com Lisboa?
Há três cidades que as pessoas com quem contacto mais aproximam Lisboa – mas que infelizmente não conheço ainda e que são Istambul, Nápoles e Marselha. Reconheço pedaços de outras cidades em Lisboa como Barcelona do Eixample na Avenida da Liberdade, Budapeste no Areeiro, Grácia de Barcelona no Bairro Alto, Paris nas Avenidas Novas. Lisboa é única e de tanto tudo um pouco.